Como café da manhã, lanche da tarde ou para acompanhar o mate, as facturas argentinas, além de atentar contra qualquer dieta, são um símbolo da gastronomia nacional e muito consumidas pelos portenhos. O que muitos não sabem, inclusive na própria Argentina, é que os nomes das facturas tem ligação com a anarquia. Isso mesmo que você leu! Siga aqui pois vamos te contar essa história super interessante.

Facturas argentinas: origem

As facturas argentinas nada mais são que a variedade de massas doces de padaria, que foram trazidas pela imigração europeia, e adaptadas ao gosto local.  Mas enquanto são uma verdadeira delícia, a origem dos seus nomes não é tão doce assim.

No final do século XIX, um grupo de imigrantes europeus com ideias anarquistas e comunistas, criou um sindicato de padeiros que lutavam por melhores condições de trabalho. Além de protestos e greve, eles encontraram uma maneira de chamar a atenção para sua causa, mudando o nome de algo que os argentinos comem todos os dias: as facturas. O objetivo era usar o nome das suas criações para zombar das instituições políticas, econômicas e religiosas argentinas.

Medialuna

Não poderíamos começar de outra forma. Verdadeiro patrimônio da gastronomia nacional, as medialunas são as facturas argentinas mais conhecidas. Um clássico do café da manhã porteño, podem ser simples ou recheadas com doce de leite. Também pode ser doce ou salgada com queijo e presunto. O difícil é comer apenas uma.

Já a origem do nome medialuna é mais antiga. No começo do século XVI, Viena foi ocupada pelo exército turco. Os padeiros austríacos criaram então a medialuna como uma blasfémia gastronômica contra o islã. Em formato de meia lua, conhecido símbolo muçulmano, eram comidas em frente aos seus inimigos para provocá-los. 

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Pastelito

Apesar de não ter relação com a anarquia, o pastelito, por ser uma das principais facturas argentinas, não poderia ficar de fora da lista. Esse doce é uma massa folhada e crocante, podendo ser frita ou ao forno e com variadas opções de recheio como doce de leite, de batata, ou membrillo (marmelada). Bastante tradicional nos feriados patrióticos, é uma excelente opção para acompanhar o cafezinho. 

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Cañoncitos de dulce de leche

Os cañoncitos são feitos de massa folhada e com recheio de doce de leite e polvilhados com açúcar. E como o argentino não está de brincadeira, podem ser acrescentados nozes e amêndoas. A origem sarcástica do seu nome é uma alusão aos canhões do exército. 

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Bolas de Fraile

Também conhecido como suspiro de monja, o doce bolas de fraile ou “bolas de frade”  é uma massa em formato de bola que é frita, polvilhada com açúcar e com recheio de doce de leite ou creme. Bastante parecido com um doce super conhecido dos brasileiros, o sonho. Bem diferente da origem do nome argentino que faz uma irônica “homenagem” à Igreja. 

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Bomba

A bomba argentina, nada mais é do que o clássico profiterole, com recheio de creme ou outro doce. É uma verdadeira explosão de sabores. A piada é ruim, eu sei, mas o doce é maravilhoso. O nome, como se pode imaginar, é uma referência ao exército. 

Demais facturas: um mundo de facturas

E não para por aí. São muitas opções de facturas argentinas que além de deliciosas, possuem nomes super interessantes. Como é o caso do Vigilante, que é um bastãozinho recheado, com referência aos policiais. Tem também os biscoitinhos folheados Libritos, que fazem alusão à educação e as Cremonas, que representam uma linha de letras A, símbolo do anarquismo. Não deixe de experimentá-los! 

Descubra aqui outros doce típicos argentinos.

Dica Aguiar

Agora que você já conhece as principais facturas argentinas e a origem dos seus nomes, fica muito mais fácil de escolher, não é verdade? Podem prová-las nas incríveis cafeterias, seja para um café da manhã típico argentino, ou um lanche no fim de tarde, depois de um passeio. Ou você pode fazer como o John Travolta e comprar nas diversas padarias espalhadas pela cidade. Elas são vendidas por dúzia e ficam em lugar privilegiado, separadas dos demais produtos. Não deixe de experimentar!

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