É  muito difícil fazer uma lista de bons filmes argentinos, porque eles são muitos e absolutamente diversos. Publicamos abaixo oito diferentes produções dos nossos vizinhos, de épocas e estilos distintos. Algumas fazem rir, outras chorar. Entre elas, estão alguns filmes argentinos super conhecidos dos brasileiros, como A História Oficial e Medianeras, e outros nem tanto, como Histórias Extraordinárias (um dos meus preferidos), XXY, e o documentário Memorias del Saqueo.  Além, é claro, de algum de Ricardo Darín (como não)! Mais que entretenimento, os filmes servem para treinar o espanhol e entender um pouco mais sobre a cultura dos nossos hermanos. Confira as produções, começando pelas mais recentes, e boa viagem.

FILMES ARGENTINOS: NIEVE NEGRA (2016)

O “último” de Ricardo Darín, Nieve Negra foi dirigido por Martín Hodara e rodado toda na Espanha, com um orçamento generoso de 4 milhões de dólares e elenco de luxo. Se ainda não está passando no Brasil, vai chegar logo. Não deixe de assisti-lo. O protagonista é Marcos (Leonardo Sbaraglia), que volta da Espanha para a Argentina com a mulher Laura (Laia Costa) para cumprir com o último desejo de seu pai, de que suas cinzas sejam enterradas em um bosque. A volta à Argentina também envolve a venda de terreno familiar para uma empresa mineradora canadense, disposta a pagar 9 milhões de dólares pela área.  O problema é que o irmão (Ricardo Darín), que vive no lugar há 30 anos, não pretende mover-se de lá e muito menos vender as terras.

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FILMES ARGENTINOS: O HOMEM AO LADO (2011)

Dirigido por Mariano Cohn e Gastón Duprat, este longa argentino é super divertido e conta a história de Leonardo (Rafael Spregelburd), um designer de sucesso, rico, bem sucedido, que mora na única residência projetada pelo legendário arquiteto Le Corbusier na América Latina. A casa, de três andares, tem longas rampas internas, é toda cheia de vidros, de ambientes de pé direito triplo, envolve em seu interior uma grande árvore, é extremamente ensolarada. Certo dia, ao acordar, ele descobre que seu vizinho Victor (Daniel Aráoz) está construindo ilegalmente uma janela bem em frente à sua moradia, acabando com sua privacidade. A disputa entre Leonardo e Victor a respeito da janela vai durar 110 minutos, numa tensão que não para de crescer. O filme foi premiado no Festival de Sundance na categoria Melhor Fotografia.

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CINEMA ARGENTINO: MEDIANERAS (2011)

Esse filme de Gustavo Taretto não tem como não entrar na lista. É uma homenagem à capital argentina, onde se passa a história – um city tour por Buenos Aires!. A sinopse oficial é a seguinte: Martin (Javier Drolas) está sozinho, passa por um momento de depressão e não se conforma com a maneira com a cidade de Buenos Aires cresceu e foi construída. Web designer, meio neurótico, pouco sai e fica grande parte do tempo no computador. É através da internet que conhece Mariana (Pilar López de Ayala), sua vizinha também solitária e desiludida com a vida moderna numa grande cidade.

FILMES ARGENTINOS: HISTORIAS EXTRAORDINÁRIAS (2008)

Este filme é longuíssimo e se pode ver em três partes. Não se desanimem com o tamanho, porque é ma-ra-vi-lho-so. Dirigido por Mariano Llinás, recebeu vários prêmios nacionais e internacionais, incluindo dois no BAFICI e um no Festival Internacional de Cine de Miami. A sinopse é a seguinte:  “X”, “H” y “Z” são trê homens comuns que protagonizam três histórias extraordinárias. X mata um homem acidentalmente depois de presenciar uma situação violenta, e decide se esconder em um hotel. H está a cargo de uma missão que não termina de compreender. Enquanto  Z começa a investigar de maneira obsessiva a vida de um homem que acaba de morrer e ao qual ele está substituindo em seu novo trabalho.

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FILMES ARGENTINOS: XXY (2008)

Interessantíssimo esse filme de Lucia Puenzo. Sinopse: Alex (Inés Efron) nasceu com ambas as características sexuais. Tentando fugir dos médicos que desejam corrigir a ambiguidade genital da criança, seus pais a levam para um vilarejo no Uruguai. Eles estão convencidos de que uma cirurgia deste tipo seria uma violência ao corpo de Alex e, com isso, vivem isolados numa casa nas dunas. Até que, um dia, a família recebe a visita de um casal de amigos, que leva consigo o filho adolescente. É quando Alex, que está com 15 anos, e o jovem, de 16, sentem-se atraídos um pelo outro.

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FILMES ARGENTINOS: MEMORIA DEL SAQUEO (2004)

Premiado com o Urso de Ouro em Berlim e vencedor de melhor documentário em Havana, este é um tristíssimo filme dirigido por Pino Solanas. Registra a crise argentina de 2001, cujo ápice foi o dia 19 de dezembro, quando os argentinos saíram às ruas para protestar contra o governo de Fernando de la Rúa e a situação de penúria em que se encontrava a maior parte da população. Durante as manifestações, que foram reprimidas pelas forças policiais, 34 pessoas morreram e o presidente De la Rúa acabou renunciando. O diretor explica didaticamente como se deu o “saque” dos bens públicos ocorrido durante o período neoliberal nos países em desenvolvimento, realizado pelas instituições financeiras em uma obscura rede de corrupção e cumplicidade com os governos.

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FILMES  ARGENTINOS: PiZZA, BiRRA, FASO (1997)

Este filme de Brun Stagnaro e Adrián Caetano foi um marco da retomada do cinema argentino. Conta a história de cinco garotos que tentam sobreviver a qualquer custo nas ruas de Buenos Aires. Cordobés vive com três amigos – Frula, Megabom e Pablo. Sua namorada está grávida, mas ele só quer gastar dinheiro com bebidas, pizza e fumo. Pressionado pela garota a conseguir um emprego estável, planeja um grande assalto a uma boate para não precisar mais trabalhar. Prêmio da Crítica Festival de Mar del Plata 1997 e no Festival de Gramado 1998.

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FILMES ARGENTINOS: A HISTÓRIA OFICIAL (1995)

A História Oficial, dirigido por Luis Puenzo, é um clássico do cinema argentino e um filme fundamental para se entender a história recente do país.  O ambiente é a Buenos Aires da década de 1980 e a protagonista é Alicia (Norma Aleandro), uma conservadora professora de história casada com Roberto (Héctor Alterio) e mãe adotiva da pequena Gaby (Analia Castro). Completamente alheia à realidade argentina, Alicia começa a se dar conta dos acontecimentos recentes (ditadura militar) quando reencontra Ana (Chunchuna Villafañe), uma velha amiga que acaba de voltar do exílio. Sedenta por respostas, ela decide buscar pistas sobre a misteriosa origem de sua filha. Oscar de Melhor Filme Estrangeiro em 1996.

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