Abuelas de Plaza de Mayo

Abuelas de Plaza de Mayo: luta e esperança

Abuelas de Plaza de Mayo: luta e esperança

As Abuelas de Plaza de Mayo, é uma luta que nasceu da dor da perda de um filho ou filha, e da esperança de um dia localizar os filhos e netos com vida.

Estela de Carlotto, Haydée V. de Lemos, Buscarita Roa, Berta Shubaroff, Rosa Roisinblit, e muito mais, a lista poderia seguir, mas essas cinco mulheres, pertencentes à Comissão Diretiva da Asociación Abuelas de Plaza de Mayo, são suficientes para representar a luta de milhares.

Luta e esperança

A última Ditadura Militar (1976 – 1983) na Argentina foi extremamente violenta. Assim como no Brasil, a tortura, a arbitrariedade e a violação dos direitos humanos era frequente e, muitas vezes, levada ao extremo. Os sequestros eram prática comum e, em geral, as famílias perdiam o rastro de seus entes queridos.

Para as Abuelas de Plaza de Mayo, a cifra é de 30 mil pessoas, apesar de ainda existir uma polêmica quanto ao número real de desaparecidos. Entre eles, bebês e mulheres grávidas que foram executadas antes de dar à luz ou que tiveram seus filhos em cativeiro. Calcula-se que cerca de 500 bebês foram entregues a pais adotivos pelos militares, abandonados em instituições sem nenhuma identificação ou, até mesmo, vendidos.

Saiba tudo sobre a Plaza de Mayo 

Visitas e investigação

Asociación Abuelas de Plaza de Mayo

A Asociación Abuelas de Plaza de Mayo foi criada em 1977 com o objetivo de localizar esses bebês desaparecidos durante a última ditadura e restituí-los às suas famílias.

Para isso, realizavam visitas diárias aos juizados de menores, orfanatos e órgãos governamentais, além de investigações dos casos de adoção da época. Contavam também com a colaboração da sociedade, que davam informações sobre possíveis netos.

Mas apesar do empenho, as avós não tinham uma maneira segura de identificar seus netos. Apesar de já existir os exames para determinar a paternidade na época, não havia nada relativo à identificação dos avós.

As Abuelas visitaram então algumas universidades nos Estados Unidos e conseguiram o apoio de um grupo de pesquisadores, depois de um ano de muita investigação científica, nasceu o “índice de abuelidad”. O exame garante um índice de 99,99% de eficácia na determinação de parentesco e a Justiça incorporou-o como prova. Foi utilizado pela primeira vez em 1984.

119 netos recuperados

Na década de 1980, as Abuelas organizaram a criação de um banco de perfis genéticos para facilitar a identificação de seus netos. Em 1987, foi criado por lei o Banco Nacional de Datos Genéticos (BNDG).

Aí se encontram as mostras tanto dos familiares de desaparecidos, quanto de pessoas que suspeitam ser filhas de desaparecidos. Até dezembro de 2015, 119 netos haviam recuperado sua real identidade graças ao trabalho das Abuelas de Plaza de Mayo.

Casa por el Derecho a la Identidad de las Abuelas de Plaza de Mayo

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A história de luta das Abuelas de Plaza de Mayo pode ser vista com mais detalhes na Casa por el Derecho a la Identidad de las Abuelas de Plaza de Mayo.

Funciona em um dos edifícios onde funcionou o mais emblemático Centro Clandestino de Detención y Exterminio, a Escuela de Mecánica de la Armada (ESMA). Para solicitar uma visita guiada, escreva para visitacasaporlaidentidad@abuelas.org.ar.

Quem visitar Buenos Aires e quiser ver o trabalho de perto, pode também participar do encontro semanal realizado na Plaza de Mayo. Todas as quintas as mães (hoje avós) se reúnem às 15h30.

Esse encontro vai completar 40 anos, um verdadeiro exemplo de quem luta por justiça e não perde a esperança. Essa foi nossa homenagem da Semana da Mulher para mulheres guerreiras.

Conheça também as Mulheres Argentinas que fizeram história

Aguiar

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Adriana Albuquerque
Piauiense de nascimento, cearense de coração e casada com um portenho, Adriana adotou Buenos Aires há 9 anos. Ela é formada Comunicação Social e mãe de uma adolescente e de um filho pequeno. Uniu-se à equipe da Aguiar para produzir posts para o blog e já soma centenas de textos. Provavelmente você já leu e anotou uma dicas que ela passou. Apaixonada pelo Brasil, aprendeu a amar também Buenos Aires. Já não pode viver sem mate, o chimarrão local. Adora ler, comer e viajar.
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