Buenos Aires acessível: experiência de viagem
Buenos Aires acessível: experiência de viagem
Sempre falamos aqui que a capital portenha é uma cidade muito democrática, para todos os gostos e idades. Porém, para quem precisa de acessibilidade em Buenos Aires, como isso funciona? Para saber sobre o tema, trazemos informações do ponto de vista de um cliente Aguiar, cadeirante, diante da sua experiência pessoal.
Planejamento de viagem e acessibilidade
É quase um consenso que qualquer viagem merece um bom planejamento. Porém, em casos de pessoas com deficiência, questões muito além das básicas de qualquer viajante devem ser levadas em conta. Pois muitos quesitos precisam ser avaliados para definir roteiro e locais a serem visitados.
Por isso, fizemos uma entrevista com o macaénse André Mesquita e sua esposa Taiane Freitas, moradores do Rio de Janeiro, que escolheram Buenos Aires como destino de viagem. Eles nos contam suas impressões sobre a capital e como foi a locomoção por terras portenhas.
Expectativa em Buenos Aires
Vamos ao primeiro ponto, como se locomover no destino escolhido? Mesmo tendo pesquisado bastante sobre os meios de transporte, o casal destaca que em relação à locomoção em metrô e táxi, a experiência foi um pouco frustrante, pois não contaram com acessibilidade em todas as linhas em Buenos Aires, nem elevadores, e encontraram dificuldades na busca por carros adaptados, por exemplo.
Ainda sobre o quesito locomoção, André revela ter tido uma surpresa positiva ao transitar pelas ruas do centro. “A grande maioria possui guias rebaixadas. Portanto, em alguns bairros a facilidade foi maior: os melhores bairros para circular com cadeira de rodas: Centro, Recoleta e Palermo”, relata André.
Cenário das grandes cidades
O turista conta que na América Latina é difícil encontrar cidades acessíveis, principalmente quando o assunto é transporte público. Segundo ele, por este motivo é necessário fazer adaptações ao longo da viagem. Como é o caso das hospedagens.
“Ao buscar hospedagem, sempre tentamos pedir fotos dos apartamentos ou quartos de hotel, pedimos informações sobre existência de elevadores, se há banheiros amplos e com acesso para cadeirantes, entre outras informações. E buscamos nos hospedar em locais próximos de metrôs (caso seja acessível) e dos principais locais que pretendemos ir durante a viagem”, compartilha.
“Uma dica que dou é: use o Google Maps para avaliar possíveis trajetos e analisar como são as calçadas, se possuem guias rebaixadas, como são as entradas de estabelecimentos que deseja visitar, enfim, faça um trabalho prévio de pesquisa que te livrará de possíveis roubadas”, conclui.
Opções acessíveis
Embora a Aguiar não ofereça acessibilidade em todos os passeios, cada dia mais trabalha para entender as necessidades das pessoas com deficiência. Assim, conseguimos possibilitar maior inclusão em todos os serviços e passeios oferecidos.
No entanto, como é necessária uma junção de aspectos, incluindo os estruturais da cidade, ainda, existem muitos impedimentos. Porém, auxiliamos e adaptamos o máximo possível para que chegue ao alcance e atenda as necessidades de todos nossos clientes.
De acordo com André é necessário pesquisar os pontos turísticos importantes ou que se deseja visitar e buscar informações de outras pessoas com deficiência que já tenham visitado, além de verificar empresas locais que trabalham com turismo para nos informar e tentar fazer algumas adaptações nos passeios já oferecidos.
Passeios em Buenos Aires
Mas em relação aos passeios e excursões, como foi na prática? O casal aproveitou sua estadia e fechou vários passeios com a Aguiar Buenos Aires, e conta que teve um excelente apoio. As escolhas foram: Selfie Tour noturno, Selfie Tour Privativo, show de tango e Colônia do Sacramento.
Sobre Colônia, que é incomparável, André recomenda, em especial, e dá detalhes da sua vivência:
“As estações de embarque tanto na Argentina quanto no Uruguai são acessíveis, com elevadores e banheiros. A cidade de Colônia, apesar de ter um acesso bem ruim especialmente em seu centro histórico, oferece a possibilidade de aluguel de carros (nós alugamos um carro de golf) para o dia todo. E, com minha esposa dirigindo, conseguimos conhecer praticamente todo o centro histórico”.
Já sobre o Selfie Tour Privativo, André é enfático: “façam o Tour Privativo da Aguiar!”. Segundo Mesquita, infelizmente durante o tour caiu um temporal e ele teve que interromper o passeio, devido ao fato de que cadeira de rodas não podem ter grandes exposições à água. Mas sinaliza ainda que esse fato não nos impediu de conhecer muito da cidade com o guia brasileiro da Aguiar, Charly.
Por fim, sobre o show de tango, o casal recomenda:“Vá ao Tango!”. Segundo eles, amaram a experiência de ir ao Tango Porteño, além de destacarem que a casa tem boa acessibilidade e funcionários bem prestativos.
Inclusão e lazer
Ainda que seja uma cidade muito plural, falta muito para o desenvolvimento urbano de Buenos Aires e outras cidades neste aspecto, mas mesmo com alguns empecilhos, no balaço final, André avalia de forma positiva a experiência.
“A pessoa com deficiência não deve deixar de fazer o que deseja, mesmo enfrentando, às vezes, algumas dificuldades. Se você possui algum tipo de deficiência, não deixe que ela te defina”, encoraja o turista mais que animado.
Imprevistos, como já dito anteriormente, são normais e comuns de acontecer. Mas que mesmo enfrentando alguns problemas com táxis e até mesmo no restaurantes, Buenos Aires é uma cidade linda e de uma riqueza cultura tão grande, que precisa mesmo estar em seu roteiro.
“Se você tem a possibilidade de viajar, seja para uma cidade próxima a sua ou outro país, se permita e vá. Não deixe o medo te paralisar. Invista tempo pesquisando, afinal hoje temos o mundo na tela do celular. Certamente valerá cada minuto investido em pesquisa e planejamento”, finaliza.
Uma bela dica para guardar para diversas ocasiões, não é mesmo?
*As fotos de André Mesquita e Taiane Freitas são da fotógrafa Adriana Carolina.
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