Parque da Memória homenageia vítimas da ditadura
Parque da Memória homenageia vítimas da ditadura
O terrorismo de Estado durante o período de 1976 a 1983 na Argentina foi dos mais cruéis entre os praticados pelas ditaduras latino-americanas. Embora haja controvérsias, organizações de direitos humanos contabilizam mais de 30 mil mortos e desaparecidos no período. Em grande parte, adultos jovens e adolescentes que foram arrancados de casa e nunca mais voltaram. O Parque da Memória é um local onde esses anos de terror são relembrados e suas vítimas, homenageadas.
Parque da Memória
O Parque da Memória – Monumento às Vítimas do Terrorismo de Estado fica numa imensa área de 14 hectares em frente ao Rio da Prata. A Praça de Acesso foi inaugurada em agosto de 2001. A inauguração do monumento propriamente dito aconteceu anos depois, em novembro de 2007.
O monumento tem o desenho de uma ferida aberta na grama de uma colina. A ideia é recriar o esforço necessário para a construção de uma sociedade mais justa. Por outro, deixar à mostra a ferida causada pela violência exercida pelo Estado.
Rio de la Plata
A escolha do lugar para a instalação do Parque da Memória não foi por acaso. Ele fica a poucos metros do Aeroparque Jorge Newbery, de cuja área militar partiam os chamados “vôos da morte”, que levavam muitas das vítimas já torturadas e espancadas para serem arremessadas ao rio.
Monumento às Vítimas do Terrorismo de Estado
O Monumento às Vítimas do Terrorismo de Estado, no Parque da Memória, é formado por quatro estrelas de concreto com 30 mil placas representando os mortos e desaparecidos durante a ditadura cívico-militar argentina. Cerca de 9 mil delas já contam com nomes gravados de homens, mulheres (algumas delas grávidas) e crianças. A ideia é incorporar mais nomes, à medida que apareçam novas denúncias de vítimas da repressão do Estado no período.
Lugar de reflexão
Além do monumento em homenagem às vítimas da ditadura na Argentina, o Parque da Memória conta com outros equipamentos importantes para a tarefa de não deixar cair no esquecimento aqueles anos de terror. A Sala PAYS (Presentes, Ahora y Siempre) é um espaço para refletir sobre a violência , onde acontecem exposições, mostras, conferências, seminários e debates.
Terrorismo de Estado, direitos humanos, construção de uma memória coletiva através da arte, da pesquisa e de atividades educativas são os temas recorrentes. Inaugurada em 2010, lá também funciona um centro de documentação e arquivo digital, fundamental para o trabalho de resguardar a memória do período.
Esculturas
O Programa de Arte do Parque da Memória conta com diversas esculturas cujos autores foram selecionados por meio de um concurso internacional realizado em 1999. Foram escolhidos oito projetos ganhadores, dentre eles, o do brasileiro Nuno Ramos. Os demais são da Argentina (3), Holanda (1), Eslovenia (1), Colombia (1) e Estados Unidos (1).
Outros seis artistas foram convidados pela Comissão Pró-Monumento a participar, por conta de seus trabalhos e compromisso com a defesa dos direitos humanos. São eles, Roberto Aizenberg (Argentina), Juan Carlos Distéfano (Argentina), Norberto Gómez (Argentina), Leo Vinci (Argentina), Magdalena Abakanowicz (Polonia) e Jenny Holzer (Estados Unidos).
No começo de 2000, teve início o plano de construção das esculturas, com estudos de viabilidade, analisando os projetos caso a caso e considerando questões relacionadas com os processos construtivos, orçamento e de manutenção.
Identidades recuperadas
Uma das práticas terroristas que mais marcaram os argentinos foi a apropriação ilegal de bebês – filhos de pais militantes oposicionistas ao regime – sequestrados com seus pais ou nascidos em cativeiro. Estima-se que cerca de 500 crianças foram adotadas dessa forma.
Com o término da ditadura, as organizações de direitos humanos passaram, entre outras coisas, a tentar identificar essas crianças, de maneira que pudessem recuperar sua verdadeira identidade. Atualmente, com a ajuda da organização Abuelas de Plaza de Mayo, 119 jovens já foram identificados.
Informações
Serviço: Parque da Memória e Monumento às Vítimas do Terrorismo de Estado
Entrada livre e gratuita.
Horário: de segunda a sexta, das 10h às 18h. Aos sábados, domingos e feriados, das 10h às 20h.
Visitas guiadas: de segunda a sexta, às 11h e às 17h30. Aos sábados, domingos e feriados, às 17h30.
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