Astor Piazzolla: o reinventor do tango
Astor Piazzolla: o reinventor do tango
Fama, reconhecimento mundial e diversas homenagens marcaram a vida do músico e compositor Astor Piazzolla. Mas nem sempre foi assim. Um dos músicos argentinos de maior destaque internacional, Piazzolla teve que lutar para impor seu estilo, considerado uma descaracterização do tango pelos mais ortodoxos.
Astor Piazzolla:
o reinventor do tango
Astor Piazzolla revolucionou o tango ao incorporar elementos do jazz e da música clássica em suas composições e arranjos, levando esse estilo de música a um novo patamar, mais sofisticado e inovador. As críticas na época foram tão fortes, que Piazzolla passou a referir-se a seu trabalho não mais como tango, mas como música contemporânea de Buenos Aires.
Início Precoce
Piazzolla tinha apenas 8 anos quando ganhou de presente de seu pai – o imigrante italiano Vicentino ‘Nonino’ Piazzolla – seu primeiro acordeón. Nessa época, a família vivia em Nova Iorque, onde ele passou grande parte de sua infância. Aos 9 anos, começou a estudar música, o que seria algo permanente ao longo de sua vida.
Astor Piazzolla
no cinema
Astor Pantaleón Piazzolla, nascido em 11 de março de 1921, na cidade de Mar del Plata, estava nos Estados Unidos quando conheceu Carlos Gardel. O famoso cantor de tango encontrava-se em Nova Iorque para atuar no filme El Día Que Me Quieras. O ainda adolescente Piazzolla acabou fazendo uma ponta no filme como um vendedor de jornais. Mais tarde, se dedicaria a compor música para inúmeros filmes.
Foto: Astor Piazzolla no filme El Día Que Me Quieras.
Uma nova linguagem musical
Ao longo de sua vida, Astor Piazzolla morou nos Estados Unidos, em Buenos Aires e na Europa e teve diversos e renomados professores de música, das mais diferentes nacionalidades. Fluente em espanhol, inglês, italiano e francês, pode-se dizer que também dominava com maestria o idioma musical, estabelecendo uma nova linguagem ao inovar o ritmo, o timbre e a harmonia do tango.
Carreira Musical
A carreira musical de Astor Piazzolla começou a despontar realmente em 1939, quando passou a integrar a orquestra de bandoneões do também argentino Aníbal Troilo, a quem Astor se refere como um de seus grandes mestres. Depois disso, dedicou-se a uma sequência incansável de estudos e trabalho, formando parte de outras orquestras e dirigindo outras tantas.
Festival de Gramado
A música de Astor Piazzolla está presente na trilha sonora do filme Toda Nudez Será Castigada, do brasileiro Arnaldo Jabor, adaptação da peça homônima de Nélson Rodrigues. Entre elas, Fuga Nº 9, do disco Música Contemporânea de la Ciudad de Buenos Aires, Vol 1 (1971). Trilha que valeu a Piazzolla uma Menção Especial do Júri, no Festival de Gramado do mesmo ano.
Solista
Já em seus últimos anos de vida, Piazzolla passou a dedicar-se principalmente a dar concertos como solista, sendo acompanhado por uma orquestra sinfônica. Em alguma ou outra oportunidade, voltou a subir aos palcos junto com seu quinteto.
Adiós Nonino
Entre as composições mais famosas de Piazzolla destacam-se Libertango e Adiós Nonino, esta última escrita depois da morte de seu pai, em 1959. Considerada pelo próprio Piazzolla como sua melhor composição, trata-se de uma revisão de outro tango composto por ele cinco anos antes, denominado Nonino.
Homenagens em vida
Em 1985, Astor Piazzolla é agraciado com o título de Cidadão Ilustre de Buenos Aires. No mesmo ano, conquista o Prêmio Konex de Platino como o melhor músico de tango de vanguarda da história da Argentina. Em 1986, ganha o Prêmio César, em Paris, pela trilha sonora do filme O Exílio de Gardel, só para citar algumas das homenagens que recebeu em vida.
Morte e legado
Em agosto de 1990, Astor Piazzolla sofreu uma trombose cerebral, em Paris. Faleceu dois anos mais tarde, em Buenos Aires, no dia 4 de julho de 1992, em decorrência disso. Tinha apenas 71 anos e deixou uma obra composta por mais de 1000 músicas, além de um enorme poder de influência sobre grandes músicos da atualidade. Seus restos descansam no cemitério Jardín de Paz, na localidade de Pilar, a poucos quilômetros da capital portenha.
Homenagens póstumas
Após sua morte, as homenagens e o reconhecimento continuaram. Em 1993, a Associação de Música de Pesaro, na Itália, fundou o Centro Astor Piazzolla. Em 1995, a Fundación Konex, de Buenos Aires, concedeu a Piazzolla o Prêmio Konex de Honra por sua incalculável contribuição à música na Argentina. No ano 2000, por meio de um decreto, o Governo da Cidade Autônoma de Buenos Aires converteu o Conservatório de Música da Cidade de Buenos Aires no Conservatório Superior de Música Ástor Piazzolla.
Piazzolla no Passeio do Tango
Em 2014, o Ministério do Ambiente e Espaço Público da Cidade, inaugurou uma estátua em homenagem a Astor Piazzolla no Paseo del Tango, no cruzamento das ruas Carlos Gardel e Jean Jaures, no bairro de Abasto, oficialmente Almagro. No local, também encontram-se estátuas de outras personalidades do tango, como Aníbal Troilo e Alberto Castillo.
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