Escritores argentinos fundamentais para a sua biblioteca

Escritores argentinos fundamentais para a sua biblioteca

É muito difícil selecionar somente alguns escritores argentinos para sugerir em um texto. A produção nacional é farta e de altíssima qualidade. Escolhi autores bem consagrados e já falecido.

Hoje vocês ficam com Tomás Eloy Martínez, Ricardo Piglia, Juan José Saer, Ernesto Sábato e Roberto Arlt.

Tomás Eloy Martínez

Falecido em 2010, Tomás Eloy Martínez era um contador de histórias como poucos e fazia parte da turma do chamado new journalism (novo jornalismo), ao lado de Truman Capote, Gay Talese e Norman Mailer. Além de ficcionista, teve uma carreira brilhante no jornalismo, foi colaborador do The New York Times e El País, da Espanha.

Entre suas obras mais famosas está  “Santa Evita”, lançado em 1995, no qual relata as peripécias pelas quais passou o caixão que levava o corpo embalsamado de Eva Perón, desde seu desaparecimento em Buenos Aires em 1955 até seu ressurgimento, em Madri, em 1971. Foi o romance argentino mais traduzido da história, distribuído em cerca de 30 países.

Ricardo Piglia

Ricardo Piglia (1940-2017) é reconhecido universalmente como um dos maiores nomes da literatura contemporânea. Foi professor de filosofia na Universidade de Londres e professor emérito da Universidade de Princeton, nos Estados Unidos, onde viveu durante muitos anos.

Se você não o conhece, pode começar por “Respiração artificial”, publicado em 1980, em plena ditadura militar. Gira em torno dos “papéis de Ossorio”, um conjunto de antigas cartas guardadas entre os segredos de uma família poderosa. Apontado por cinquenta escritores argentinos como um dos dez melhores romances da história da literatura do país. No Brasil, foi publicado originalmente pela Iluminuras em 1987.

Juan José Saer

Incrivelmente, Juan Jose Saer (1937-2005) é pouco conhecido no Brasil. Nasceu na Argentina em 1937, mas seu auto exilou na França em 1968, onde viveu até falecer, em 2005, em Paris. É o nome de maior reconhecimento entre os escritores argentinos da geração pós-Borges, autor de romances, contos, poemas e ensaios.

Tem seis obras traduzidas ao português, sendo cinco pela Companhia das Letras (“Ninguém Nada Nunca”, “A Pesquisa”, “A Ocasião”, “As Nuvens” e “O Grande”) e um pela Iluminuras (“O Enteado”). Uma das marcas de seu estilo é a fusão do local com o universal.

Ernesto Sabato

Vencedor do prêmio Cervantes de Literatura em 1984, Ernesto Sabato (1911-2011) foi romancista, ensaísta e artista plástico. Falecido aos 99 anos, deixou apenas três romances: “O túnel” (1948), “Sobre heróis e tumbas” (1961) e “Abaddón o exterminador” (1974), mas o suficiente para figurar entre os mais destacados autores da literatura hispano-americana dos anos 60.

São livros que renovam as técnicas narrativas, com superposição de tramas. A obra completa de Sabato inclui ainda ensaios sobre temas filosóficos, científicos, culturais e políticos. Por pedido do presidente Raúl Alfonsín, presidiu, entre 1983 e 1984, a CONADEP (Comissão Nacional sobre o Desaparecimento de Pessoas), cuja investigação, publicada no livro Nunca mais, abriu as portas para o julgamento dos militares da ditadura argentina.

Roberto Arlt

Roberto Arlt (1900 – 1942) é a figura mais singular desta lista, considerado o introdutor do romance moderno na Argentina com Brinquedo Raivoso, de 1926. Foi também jornalista, cronista policial no jornal Crítica e redator no El Mundo.

Foi lá que começou a coluna “Águas-fortes portenhas” (1933), textos que podem ser uma boa introdução ao autor. Neles, Arlt passeia por Buenos Aires dos anos 1920-1930 e descreve a cidade e seus habitantes com um olhar bem crítico. Relata as transformações pelas quais a cidade estava passando e os efeitos da modernização, bem como as novas expressões populares.

Dica Aguiar

Dica extra, você já deve ter ouvido falar de Jorge Luis Borges e Julio Cortázar porque imagino que já os conheçam. Se nunca os leram, comecem por eles, são clássicos da literatura argentina.

Para saber mais dicas e curiosidades, veja nosso BLOG, com muitas informações para que você receba muito conhecimento.

Aguiar

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Gisele Teixeira
Jornalista, gaúcha de nascimento e do mundo por opção, vive em Buenos Aires há 10 anos. É editora do blog Aquí me Quedo, declarado de interesse cultural pela Legislatura Portenha em 2015. Das coisas que mais gosta na vida: dançar tango, escrever, fotografar e viajar. É casada com o Edu e tem dois gatos, a Tita e o Polaco.
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