Arte no metrô de Buenos Aires
Arte no metrô de Buenos Aires
O metrô de Buenos Aires tem aproximadamente 54 km de extensão e é utilizado diariamente por mais de 1,3 milhão de pessoas. Na pressa do dia a dia, nem todo mundo para pra apreciar a beleza das estações. Evite cair nesse erro e dedique um tempo a observar o entorno: você vai se surpreender com a quantidade e a qualidade da arte no metrô de Buenos Aires. Veja aqui algumas dicas de estações que você precisa conhecer!
Galeria subterrânea
O metrô de Buenos Aires tem mais de cem anos e muita coisa pra contar. A história e a cultura portenhas estão retratadas em muitas das estações, sejam elas mais antigas ou mais novas. São pinturas e murais (originais e reproduções), esculturas, estátuas e retratos com temas que abordam desde os tempos coloniais e a influência europeia na formação de seu povo até pautas mais atuais, como a diversidade sexual.
Mais de 450 obras ao longo das estações
Dentro de um projeto de revitalização das estações, já são 86 espaços com mais de 450 obras de diferentes artistas. Gente do calibre de Benito Quinquela Martín, Roberto Fontanarrosa, Marta Minujín, Francisco Solano López, Marino Santa María, Milo Lockett e Carlos Páez Vilaró. Todos eles presentes com obras originais ou reproduções feitas por outros artistas em homenagem a suas obras.
Linha A
A linha A do metrô de Buenos Aires é a mais antiga da América Latina. Foi inaugurada em 1913 e suas estações foram consideradas Patrimônio Histórico Nacional em 1997. Dentre todas as estações, a mais legal é a Perú, que expõe 40 obras do artista Pedro Cuevas reproduzindo publicidades do início do século passado.
Linha B
Na linha B, a arte urbana predomina ao longo das 17 estações, com homenagens a diferentes artistas argentinos. Mas também há lugar para murais de cerâmica nos estilos contemporâneo e abstrato, com técnicas como o filete portenho.
A estação Carlos Gardel merece uma visita. São impactantes os murais em homenagem ao famoso cantor de tango, todos de autoria do artista plástico Marino Santa María. Não por acaso, a estação fica no bairro de Abasto, o mais “tangueiro” da cidade, onde o cantor viveu por alguns anos. Lá se encontra o Museu Carlos Gardel.
Também na linha B, não deixe de visitar a estação De Los Incas/ Parque Chaz. Você vai mergulhar no período pré-colombiano com os desenhos que fazem referência a temas da cultura andina. Mas o maior impacto mesmo vem de uma enorme máscara dourada inspirada na cultura Chimú (originaria do norte do Peru), de autoria do ex-cenógrafo do teatro Colón, Héctor Pinola.
Linha C
Dedicada a temas relacionados à Espanha, como as paisagens típicas das cidades da península ibérica, a linha C é conhecida como “la línea de los españoles”. Nela predomina o estilo neocolonial, misturado a elementos decorativos da cultura indígena. Na estação Lavalle, há belos murais que retratam paisagens de Alicante, Valência, Teruel, Huesca e Zaragoza.
Linha D
Na linha D, as obras retratam as características dos bairros recorridos por seu trajeto e são de autoria de artistas contemporâneos. Na estação Ministro Carranza, um mural de mosaicos, elaborado por Fernanda Jaton em conjunto com artistas argentinos e brasileiros do grupo de trabalho chamado Muralismo Extremo Brasil em Buenos Aires, rende homenagem ao Brasil.
Para quem curte futebol, a parada obrigatória é na estação José Hernandez, que exibe fotos, frases e também uma escultura do argentino Lionel Messi, jogador do Barcelona, eleito cinco vezes pela Fifa como o melhor jogador do mundo.
Linha E
Elementos da cultura nacional, como o gaucho (homem do campo), as paisagens campestres e os povos originários dominam a temática no trajeto da linha E, que conta com belos murais executados por diferentes artistas. Na estação Jujuy, os azulejos pintados por Alejandro Sirio (1890-1953) retratam a paisagem típica daquela Província (Estado para os brasileiros). Neles se pode ver o comércio no lombo de burro e o pastoreio, por exemplo, atividades ainda hoje de grande importância para a região.
Linha H
A mais nova das linhas do metrô, inaugurada em outubro de 2007, a linha H tem como temática principal o tango. Sendo assim, suas paredes estão cheias de homenagens a cantores e poetas que foram ícones do 2 X 4, como Astor Piazzola e Aníbal Troilo (Estação Once).
Mas nosso destaque vai para a alegre e colorida estação Santa Fe – Carlos Jáuregui, em homenagem ao ativista pelos direitos da comunidade LGBT. Além de um mural de 12 X 4 metros em homenagem a Jáuregui, há também outras obras e intervenções que tratam da diversidade sexual.
Arte no metrô de Buenos Aires: veja o livro
Toda a coleção de arte do metrô de Buenos Aires pode ser vista também de forma digital. O livro virtual Arte en el Subte de Buenos Aires compila imagens e informações de todas as obras expostas, bem como a biografia dos artistas responsáveis por cada um delas. Confira aqui!
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